Sede da Gávea
O primeiro gramado conseguido pelo Flamengo
localizava-se na Praia do Russel. Nele foram feitos os primeiros
treinos, mas para os jogos do campeonato, conseguiu-se rendar o campo da
rua Paiçandu. Na administração de Burle de Figueiredo, verificou-se um
surto de progresso e expansão, incrementando-se a prática de diversos
esportes.
O Flamengo passou a disputar vários campeonatos,
construindo-se, então, o rink para a prática do basquete e da patinação.
Outro grande evento da época foi a aquisição da sede náutica. A vida
esportiva do clube transcorria normalmente. A conquista de brilhantes
vitórias alcançadas pelos seus atletas nas competições aquáticas não
sofreu solução de continuidade com o advento da prática dos desportos
terrestres, nem tampouco com a passagem do amadorismo para o
profissionalismo. Todavia, volta e meia, grandes dificuldades tinham de
ser contornadas. Ficou-se na lembrança o plano utilizado na compra dos
prédios números 66 e 68 da praia do Flamengo (hoje sede velha) e que
consistiu no acréscimo das mensalidades, destinado ao pagamento da
dívida.
Em pouco tempo os dirigentes de então liquidaram esse
compromisso, sem que houvesse desvios de verba para pagamentos de outra
natureza que não a pertinente aos fins a que a mesma se destinava. Mas
eis que, ao terminar o arrendamento do campo da rua Paiçandu, os seus
proprietários não concordaram com a renovação do contrato, concedendo ao
Flamengo, apenas, uma opção de compra. Na falta de verba para atender a
uma operação tão vultosa, ficou o Flamengo, novamente sem praça de
esportes. Foi quando Pascoal Segreto encetou a campanha pró-estádio da
Gávea.
Para complementação da área doada foi preciso aterrar
uma faixa da lagoa. De 1940 a 1948, os irmãos Pedro e Paulo Ramos
Nogueira trabalharam incansavelmente na conquista da área que faltava. E
na gestão de Dario de Melo Pinto, no ano de 1948, em face do término
das obras do aterro, pleiteou-se à prefeitura do antigo Distrito
Federal, por intermédio de Antero Coelho, a regularização definitiva da
doação que fora feita pelo prefeito Pedro Ernesto, o que foi atendido
pelo sócio benemérito General Ângelo Mendes de Morais, naquela época
Prefeito da cidade.
A garagem da lagoa e aquela ponte da praia do Flamengo
que deixou de existir com as obras de duplicação das pistas e
posteriormente do aterro, foram obras da administração Bastos Padilha,
durante a qual se fomentou uma campanha para solucionar definitivamente o
problema da nossa praça de esportes, visto que o Flamengo se vinha
utilizando do campo do Fluminense, em troca de uma pequena participação
na renda das suas partidas. José Bastos Padilha, Alexandre Baldassini e
Mário de Oliveira foram as grandes figuras dessa luta. Para apurar a
verba necessária à construção do estádio da Gávea, lançaram uma campanha
de aumento de sócios proprietários. E foi em 1938, já na administração
Raul Dias Gonçalves, que o Flamengo inaugurou o seu estádio, na Gávea,
já há alguns anos totalmente murado e que dispõe de uma área útil total
de 60 mil metros quadrados.
Por decreto legislativo da antiga Câmara dos Deputados
do antigo Distrito Federal, o Flamengo já possuía uma área de 50 metros
de frente por 50 de fundos, na Avenida Rui Barbosa. E na administração
Gustavo de Carvalho pleiteou o então Ministro da Guerra, Marechal Eurico
Gaspar Dutra, um terreno vizinho a esse que fora anteriormente obtido
na administração José Bastos Padilha. Eram mais 93 metros de frente por
50 metros de fundos. Atendida essa pretensão, ficou o Flamengo de posse
de dois terrenos situados num dos pontos mais pitorescos da baía da
Guanabara. E estava aberto, assim, o caminho para a concretização de uma
velha aspiração rubro-negra: a construção de uma sede social capaz de
atender às necessidades de uma entidade com tão alto coeficiente de
expansão.
Uma comissão encarregou-se de conseguir o apoio do
benemérito Marechal Eurico Gaspar Dutra, para o plano de construção e
financiamento do edifício a ser erguido nos terrenos da avenida Rui
Barbosa nº 170. O Marechal empenhou-se pessoalmente no patrocínio da
nossa causa, obtendo o apoio financeiro. Assim, sem que se vendesse o
terreno nº 66/68, onde está situada a sede velha, mas com um bom
planejamento financeiro, ergueu-se o grande edifício da avenida Rui
Barbosa. Com dois blocos centrais de 24 pavimentos cada. Os quatro
blocos totalizando 148 confortáveis apartamentos, ficando do quarto
andar para baixo destinadas todas as suas dependências para a nova e
moderna sede do Flamengo, além de algumas lojas. O prédio custou 52
milhões de cruzeiros antigos e seus apartamentos e inauguração da sede
nova foi na administração Gilberto Ferreira Cardoso.
Neste período o Flamengo tinha como ídolo maior o
craque Dida que, antes de uma contusão, era o camisa 10 da Seleção
Brasileira. Dida foi a Copa de 58, mas ficou no banco de reservas
machucado, em seu lugar entrou o garoto, até então reserva Edson Arantes
do Nascimento (O Rei Pelé). Dida é também ídolo de Zico, que já
confessou diversas vezes a sua influência em seu futebol.
Antes de chegar a "Era Zico", o Flamengo contou também
com grandes craques como: Zizinho, Leônidas da Silva, Gérson, Benitez,
Horacio Doval e Domingos da Guia, e ainda com com Garrincha por uma
temporada, que vestiria o Manto Sagrado para encerrar a sua carreira.
Revitalização da Gávea
O Programa Revitalização da Gávea (PRG) promoverá uma
nova utilização da área, ampliando expressivamente a ocupação do espaço
atual. Além do Estádio, serão construídos modernos equipamentos para os
Esportes Olímpicos e instalações para lazer e comércio. A sede sofrerá
um processo de expansão. O Centro de Excelência de Remo será uma
instalação adequada à prática do esporte, integrada à beleza da Lagoa
Rodrigo de Freitas. O Flamengo passará a ter um dos maiores patrimônios
entre os clubes do Brasil.
O PRG se constitui de 4 projetos:
01 - Estádio; 02 - Novas instalações dos Esportes
Olímpicos; 03 - Expansão e conclusão da Sede; 04 - Centro de Excelência
de Remo.
Endereço
Av. Borges de Medeiros, 997 - Lagoa
Rio de Janeiro - RJ - Brasil.
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Tel.: 21 2159-0100 / Fax: 21 2159-0111
Fonte: Flapédia
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