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Analise do jogo do Flamengo x Botafogo

Sem ter o lateral-esquerdo João Paulo, machucado, o técnico Jayme de Almeida não quis improvisar. Colocou André Santos na posição. “É o lateral que temos”, disse, antes de a bola rolar. Ciente da pouca aptidão defensiva do jogador, inverteu o posicionamento do atacante Paulinho, o fazendo atuar pela esquerda.
Foi nessa simples mudança que o treinador surpreendeu o Botafogo e construiu o elástico placar de 4 a 0 na quarta-feira, no Maracanã.
Atuando como legitimo ponta-esquerda, Paulinho infernizou os defensores alvinegros, em especial Gilberto. Por aquele lado o Flamengo criou suas melhores oportunidades e chegou a dois gols, se aproveitando da fragilidade alvinegra na marcação.
Nas últimas partidas, Paulinho havia atuado aberto pela direita. Porém, Jayme o deslocou para a esquerda com o intuito de fazer o jogador também auxiliar André Santos na marcação. O papel foi cumprido à risca e foi comum notarmos o atacante sendo igualmente eficiente na marcação, ao fechar as descidas alvinegras pelo setor. Jayme não teria obtido êxito se mantivesse Carlos Eduardo, jogador muito mais lento, na função, e o deslocou para o lado direito do campo.
Desta forma, o Flamengo foi a campo com o mesmo esquema de suas últimas apresentações. Uma linha de quatro atrás, com dois volantes de marcação, Amaral e Luiz Antonio, Elias um pouco mais à frente da dupla e tendo na frente o trio Carlos Eduardo, Paulinho e Hernane.
O Botafogo, por sua vez, não conseguiu criar, durante o jogo, um antidoto para conter as arrancadas de Paulinho. Gilberto, terceira opção na lateral direita alvinegra, até roubou bastante bola - seis, sendo o maior ladrão do clássico, mas sofreu no mano a mano. A cobertura feita pelos veteranos volantes Marcelo Mattos e Renato foi insuficiente, quase sempre atrasada. Diante disso, muitas vezes algum zagueiro era obrigado a sair para dar o combate e deixava Hernane, autor de três gols, livre.
Quando tinha a bola, o Botafogo apostou na constante movimentação de seus meias e atacantes. Armado no habitual 4-2-3-1, atuou boa parte do primeiro tempo sem posição fixa na frente. Seedorf muitas vezes recuou para buscar a bola, como costuma fazer, e Lodeiro caiu pelos dois lados. No entanto, Rafael Marques, escolhido para jogar mais avançado, não se mostrou à vontade. Não levou a melhor no choque com os zagueiros e aos poucos também recuou, caindo pelos flancos e apostando na entrada de algum elemento surpresa. Na prática, contudo, isso não funcionou.
ANÁLISE TÁTICA BOTAFOGO COPA DO BRASIL (Foto: Editoria de arte)Na primeira etapa, Rafael Marques recuou para abrir espaço, mas não surtiu efeito. No segundo tempo, Sassá ficou na referência e Rafael abriu, mas mesmo assim o Bota foi pouco objetivo 
Para piorar, ao sofrer os dois primeiros gols de Hernane, o Botafogo se desarrumou e cada jogador passou a atuar onde quis. Seedorf abriu de forma fixa na esquerda, Rafael Marques recuou de vez para pegar a bola e sobrou para Lodeiro avançar. Confuso, o time, em todo o jogo, finalizou somente seis vezes contra a meta de Felipe.

Troca e pouco efeito
Nem a mudança de Oswaldo de Oliveira na volta do intervalo fez o panorama alterar. Sassá entrou na vaga de Marcelo Mattos e passou a ser a referência. Seedorf abriu na direita, Rafael Maques na esquerda e Lodeiro ficou centralizado, com Gegê um pouco mais recuado. Mas mesmo assim a bola não chegava. Seedorf e Lodeiro erraram muitos passes - sete cada um, e o jogo alvinegro não fluiu.
O Flamengo, em vantagem no placar, recuou. Chamou o Botafogo para o seu campo, apostando sempre na velocidade de Paulinho na puxada de contra-ataque. O time fez um bloco bem compacto e se aproveitou do desespero adversário, que passou a precipitar jogadas.
Em dois erros alvinegros, saíram os dois últimos gols. Primeiro, o Flamengo roubou uma bola na área adversária, a trabalhou com paciência, rodou o jogo e o cruzamento de André Santos foi certeiro na cabeça de Hernane, novamente livre. Depois, o quarto gol surgiu em uma jogada forçada no ataque alvinegro. O Rubro-Negro novamente recuperou a posse, Elias não se assustou com a marcação e puxou o contra-ataque, que terminou com Hernane derrubado na área, Dória expulso e o time da Gávea selando a classificação de vez.
  • números
    Brocador
    A  fase é iluminada. Foram apenas quatro finalizações no jogo e três gols, dando apenas um toque na bola em cada tento. Ainda sofreu o pênalti do 4º gol.

  • apagados
    O retrato da marcação ruim feita pelo Bota está nos números de Renato e Marcelo Mattos. O primeiro não roubou nenhuma bola, e o segundo apenas uma.

  • bola levantada
    Foram apenas 15 em todo o jogo, sendo nove do Botafogo e seis do Flamengo. Com isso, apenas uma cabeçada na partida foi dada, no terceiro gol de Hernane.
Análises rápidas
* A ausência de um ataque de referência atrapalhou o Botafogo na noite. Rafael Marques não se sentiu à vontade em meio aos zagueiros. Sassá, solução na segunda etapa, pouco tocou na bola e finalizou apenas uma vez ao gol.
* Carlos Eduardo mais uma vez deixou a desejar. Perdeu gol feito no início do jogo e deu a impressão de ter ficado abalado. Embora tenha finalizado três vezes, procurou pouco o jogo e foi quem mais errou passes no Flamengo, cinco, em apenas 18 tentativas.
* Se na direita Gilberto sofreu com Paulinho, na esquerda Juio Cesar foi pouco incomodado pelo ataque do Flamengo. O camisa 6 alvimegro até tentou aparecer para o jogo e foi bastante acionado, às vezes até surgindo como centroavante quando Rafael Marques recuava, mas não bastou para furar o consistente bloqueio rubro-negro.

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