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As 'aventuras' em Madureira para acompanhar o Flamengo


Time rubro-negro voltou a um dos bairros mais tradicionais do Rio de Janeiro após oito anos. Jogo com a cara do Campeonato Carioca

As imagens de Madureira 1 x 1 Flamengo (Foto: Paulo Sergio)O lugar cercado de luz e suor eternizado na música de Arlindo Cruz recebeu o Flamengo na última quarta-feira. Oito anos se passaram desde a última vez que o clube esteve em Madureira. Um dos bairros mais tradicionais do Rio de Janeiro fez a recepção bem ao seu estilo, simples e calorosa. Conselheiro Galvão está longe de ser um estádio capaz de comportar um jogo do Flamengo, mas o carinho que os jogadores receberam lá talvez não seja visto em nenhuma outra praça.

Problemas estruturais eram fáceis de ser notados. Umas das traves precisou ser soldada duas horas antes do jogo. Mas o gramado não pode ser culpado pelo empate em 1 a 1. O vestiário acanhado deve ter feito muitos jogadores já consagrados relembrarem o início de carreira. Os uniformes ficaram acomodados em um palanque improvisado. Mas teve espaço até para colocar uma vela para São Judas Tadeu. Uma festa feita em cima da hora, com vontade de receber bem.

Renato teve de aguentar brincadeiras de torcedores alojados em uma arquibancada que ficava do lado da área de aquecimento enquanto se preparava para entrar no jogo:

– Pô, Renato, está na reserva deste time aí? – indagou um deles.

Quando o ônibus que levava a delegação estacionou na porta do estádio, a multidão aguardava, debaixo de sol forte, um sinal dos jogadores. Ali estava apenas o amor ao Fla. No meio do povo e da rua, desceu o elenco. A presença do time no bairro alterou o cotidiano, mas o Mercadão de Madureira continuou cheio. Quem não conseguiu entrar, foi ver o jogo na televisão lá dentro, misturado com os que procuravam material escolar e adereços de Carnaval. Quando o gol de Ibson saiu, berros puderam ser escutados. Vendedores perguntavam: “Quanto está o jogo?”.

– Não posso parar de trabalhar. Preciso sustentar minha casa – avisou o vendedor Damião Monteiro.

A cerveja gelada substituiu a frustração de quem teve que ver pela televisão um jogo que acontecia a menos de 200 metros dali.

Assim foi a tarde em Madureira.

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