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'Embaixada carioca' em MG, Juiz de Fora está pronta para receber o Fla


São cerca de 200 quilômetros de distância e quase duas horas de viagem desde o Rio de Janeiro. Os táxis são de cor amarela com uma faixa azul. Estes elementos dão a Juiz de Fora um aspecto carioca.
Somada a isso está a extrema popularidade dos quatro grandes clubes, o que faz da cidade mineira a escolhida pelo Flamengo para abrigar o jogo contra o Campinense, na próxima quarta-feira, pela segunda fase da Copa do Brasil. O Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, aliás, tem uma relação estreita com o time rubro-negro, que, dessa forma, pode sentir-se em casa.


Na esteira do entusiasmo dos torcedores locais, a prefeitura de Juiz de Fora se mobilizou para adequar o Estádio Municipal a jogos de grande público. Com algumas reformas, conseguiu o laudo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar que oficializou a ampliação da capacidade de 13 mil para 31.863 torcedores. Será esta a carga de ingressos para o jogo entre Flamengo e Campinense.
Flamengo estádio Juiz de Fora (Foto: Gustavo Rotstein)Estádio Municipal de Juiz de Fora recebeu modificações para receber Fla e Vasco 
Com uma verba de R$ 800 mil do Ministério do Esporte, a prefeitura de Juiz de Fora criou um ambulatório dentro do estádio, reformou o gramado e o sistema de drenagem, contratou o serviço de 20 câmeras de segurança para utilizar em jogos com mais de 10 mil pessoas e fez o mesmo em relação às catracas eletrônicas. O município ainda busca mais um aporte de R$ 2,5 milhões junto ao Governo Federal para modernizar vestiários e outras instalações.
- Aqui os clubes do Rio sente-se em casa porque a torcida é muito grande. O Estádio Municipal está pronto para receber essas partidas, porque hoje estamos dentro da rota dos grandes estádios - afirmou Francisco Canalli, secretário de Esporte e Lazer de Juiz de Fora.
Flamengo estádio Juiz de Fora (Foto: Gustavo Rotstein)Vestiário do último jogo oficial de Zico pelo Fla, em
Juiz de Fora
O Vasco faz neste sábado um amistoso contra o Tupi, time da cidade, que terá 9 mil ingressos colocados à venda. A partida será uma espécie de termômetro para que o clube avalie a possibilidade de mandar em Juiz de Fora seus primeiros compromissos como mandante no Brasileirão. Atualmente a delegação está na cidade para a temporada de treinos como convidada, tendo as despesas pagas pelo município.
Sem o Engenhão, o Flamengo espera a presença em massa de torcedores que não têm a oportunidade de acompanhar com frequência seu time de coração. Quando chegarem ao estádio, os jogadores poderão identificar aspectos relativos ao clube. Uma placa mostra que o Rubro-Negro participou de sua inauguração, em 30 de outubro de 1988, em vitória por 2 a 1 em amistoso contra o Argentinos Juniors.
Adeus de Zico, título e sofrimento
Além disso, um dos vestiários foi batizado de Arthur Antunes Coimbra, em homenagem a Zico, que realizou no Estádio Municipal de Juiz de Fora seu jogo de despedida do Flamengo em partidas oficiais. No dia 2 de dezembro de 1989, o ídolo rubro-negro fez a festa na vitória por 5 a 0 sobre o Fluminense, em clássico válido pelo Campeonato Brasileiro.
O jogo entre Flamengo e Campinense será o 40º do Rubro-Negro em Juiz de Fora. Até aqui, foram 25 vitórias, oito empates e seis derrotas. O time marcou 85 gols e sofreu 43. Alguns desses confrontos foram marcantes. Além da despedida do Galinho, que foi vista por 13.783 pessoas, em Juiz de Fora o Flamengo também jogou por título. No dia 13 de novembro de 1990, o Rubro-Negro recebeu o Goiás na partida de ida da decisão da Copa do Brasil. Venceu por 1 a 0 e encaminhou a conquista. Detalhe: o público no primeiro jogo foi de apenas 2.437 torcedores. Na volta, no Serra Dourada, uma semana depois, o empate sem gols bastou ao Rubro-Negro.
 No Brasileirão 2001, dois jogos em Juiz de Fora marcaram a luta do Flamengo para fugir do rebaixamento. O primeiro foi em 18 de novembro, contra o Inter. Naquele dia, Felipe Melo, volante que atualmente joga no clube turco Galatasaray, viveu um dia de salvador da pátria no Rubro-Negro. Contra o Colorado, a três rodadas do fim do campeonato, o jogador, que ainda atuava como meia, fez o gol da vitória por a 1 a 0, foi fundamental para livrar o time da Segundona.
-  Foi o meu primeiro gol como profissional e tirou o time da zona de rebaixamento. Eu era moleque e o Carlos Alberto Torres (técnico estreante do time na época) não conhecia direito a rapaziada. Acabou me colocando no jogo a dez minutos do fim e fiz o gol de cabeça no primeiro toque na bola. Minha mãe guardou os jornais com as matérias sobre aquele jogo e tenho até hoje – recordou Felipe, em uma entrevista.
Poucos dias depois, em 2 de dezembro, outra partida decisiva para a permanência rubro-negra na Primeira Divisão. Contra o Palmeiras, vitória por 2 a 0, gols do zagueiro Juan e do atacante Roma, e enfim a garantia da permanência na Série A.

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