À la Neymar, Rafinha cita perseguição e recebe alerta de Dorival
Jovem promessa do Fla diz que 'toda hora jogadores batem' e técnico afirma que atacante terá de conseguir alternativa para voltar a resolver
Na vitória por 4 a 2 sobre o Vasco pela 4ª rodada do Carioca, Rafinha deu assistências e marcou um belo gol depois de arrancada de 53 metros. Na goleada por 4 a 0 sobre o Friburguense, fez um golaço com toque de cobertura sobre o goleiro. Foi a senha para a torcida rubro-negra brincar e cantar que “Rafinha é melhor que Neymar”. Na noite do último sábado, logo após o resultado de 2 a 0 sobre o Olaria, em Volta Redonda, a jovem promessa lembrou o craque santista, mas em outro aspecto: reclamou da perseguição dos adversários e questionou a arbitragem.
Dorival Júnior destaca que o jogador terá que encontrar soluções para a nova realidade, com marcações mais duras e maior atenção do adversário. A primeira prova de fogo de Rafinha será diante do Botafogo, domingo, pela semifinal da Taça Guanabara.
- Fatalmente, ele será responsável por tudo que cativou, que buscou, vai merecer uma atenção maior de todos em razão da velocidade e rapidez com que parte para cima. Naturalmente, as marcações serão mais difíceis, mais próximas, Rafinha vai ter que buscar soluções para resolver dentro de campo como vinha fazendo. Ele tem que buscar afirmação a cada rodada. É um trabalho moroso, acaba tendo oscilação, o que é natural. Mudou-se completamente o foco em cima desse garoto – disse o treinador do Flamengo.
Diante do Olaria, Rafinha sofreu faltas marcadas pelo juiz. Em outros momentos em que foi derrubado no gramado, o árbitro Philip Georg Bennett deixou o jogo seguir. Durante a partida, de braços abertos, o jogador questionou alguns lances, mas sem se exasperar. Em algumas jogadas, o atacante perdeu a disputa no corpo a corpo, muito por conta da estrutura franzina.
Na saída de campo, com um corte abaixo do olho direito resultado de uma cotovelada, Rafinha desabafou pela primeira vez desde que passou a ser o centro das atenções:
- Toda hora os jogadores batem, me perseguem. Vou tentar um drible, o juiz não marca falta e fala que não posso fazer porque vão me bater. Fica difícil.
Rafinha foi titular nas oito partidas do Flamengo no ano, marcou dois gols e teve suas atuações destacadas.
Dorival se queixou da badalação em cima do jovem depois de um brilho repentino.
- Nesse período de transição, temos que ter muita paciência, não cabe exaltação rápida como aconteceu. Por isso, sempre alerto que esse jogadores têm um ápice rápido e a busca pela regularidade é dificultada em razão da própria atenção que ele chama - disse o treinador.
No dia a dia, Rafinha tem sido orientado por jogadores mais experientes, como Léo Moura. Antes do jogo contra o Olaria, quando o placar eletrônico do estádio Raulino de Oliveira anunciou a escalação do Flamengo, o atacante foi o mais saudado pela torcida quando teve seu nome citado, em mais uma prova de que o foco mudou. Para o bem e para o mal.
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