A mudança na medida, que passou a ser adotada em 2011 como forma de evitar possíveis acusações de entrega de jogos para prejudicar rivais regionais, foi abordada na pauta do encontro com o presidente da CBF, José Maria Marin, e discutida entre os 19 representantes de times presentes. Com 11 votos a favor, acabou aprovada e passará a vigorar a partir do calendário desta temporada. A Portuguesa foi a única equipe ausente.
Os dirigentes foram informados durante as conversas do pedido do Ministério Público para que, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, os clássicos não fossem mais disputados na rodada final.
“Não posso ficar indiferente a esse assunto. Alguns locais não teriam o policiamento ideal com mais de um jogo ao mesmo tempo”, argumenta o presidente do Goiás, João Bosco Luz, ao ESPN.com.br. “Se em Goiânia não temos hoje Vila Nova e Atlético-GO na Série A, em São Paulo contamos com Corinthians, São Paulo, Santos, Portuguesa e Ponte Preta”, completa.
O desperdício de receita com a realização dos confrontos regionais num momento em que alguns clubes já não sustentam mais pretensões na competição é outro fator que pesou na votação favorável à mudança.
“Do ponto de vista financeiro, não dá para negar que essa alteração pode ser interessante para as equipes. Alguns jogos importantes ficaram comprometidos em outros anos”, analisa o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade.
A decisão foi saudada pelo diretor de futebol do Vasco, René Simões.
“Não tenho medo de que voltem as polêmicas. Não dá para temê-las. Elas podem acontecer em qualquer partida. Se um dia voltarem, espero sinceramente que os responsáveis sejam punidos. Não podia é um Flamengo e Vasco acontecer sem o mínimo interesse do público. É até uma afronta à história do clássico. Sem contar o prejuízo econômico que isso acarreta”, defende.
Outra situação que exerceu influência no anúncio feito na segunda-feira foi o desejo da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão, de ver os clássicos disputados no meio da tabela.
“Existia um interesse da TV para que essas partidas fossem realizadas em outro momento do torneio”, confirma Guilherme Mendes, diretor de comunicação do Cruzeiro.
A tabela desta temporada ainda não foi anunciada.