Léo Moura se espelha em sucesso de Zé Roberto e diz: 'Ganhei quase tudo'
Aos 34 anos,capitão do Fla acredita que ainda disputará uma Libertadores pelo clube e revela cuidados com corpo e a alma fora de campo
O ano de 2012 foi cinzento para Léo Moura dentro das quatro linhas, com lesões, desfalque em várias partidas e atuações abaixo da média. Com a mudança de diretoria, o contrato que seria renovado por duas temporadas foi fechado em apenas um ano. Nos oito primeiros jogos pelo Campeonato Carioca, o jogador de 34 anos vislumbra um novo horizonte azul e ainda sonha com as duas conquistas que não tem pelo clube: Libertadores e Mundial. Inspirado no sucesso de longevidade de Zé Roberto, do Grêmio, o moicano ainda sonha ir longe, mas admite: podem faltar dois capítulos na sua história no Rubro-Negro.
- Ganhei quase tudo, falta só um pouquinho (risos). O que me motiva a seguir em frente é o fato de jogar no Flamengo, queria que isso jamais acabasse. Quando parar, vou sentir uma falta enorme. Faltam dois títulos para mim: Libertadores e Mundial. Creio que vou ter oportunidade de disputar mais uma Libertadores, e aí sim o Mundial. Caso isso não aconteça, será a história de um livro quase completo, faltando esses dois títulos – declarou Léo Moura.
O jogador aponta um jogador como exemplo de que é possível aliar longevidade e sucesso no futebol. Ele cita Zé Roberto que, aos 38 anos, tem se destacado e impressionado pela boa forma no Grêmio:
- A referência que tenho é o Zé Roberto, que também é cristão. Não só para mim, mas para qualquer jovem. Ele se cuida, se entrega pelo time, termina o jogo e parece que não está cansado. Todo jogador tem que se cuidar para chegar perto disso.
Léo Moura tem se cuidado. O jogador não consome bebida alcóolica - nunca bebeu, destaca ele - antes mesmo de ser batizado na igreja evangélica no ano passado. E, na atual temporada, incluiu um novo item no cardápio.
- Nunca bebi, me alimento bem. Neste ano, pedi para fazer um trabalho com suplemento alimentar, isso tem me ajudado na recuperação. Vai chegando a idade e a recuperação demora mais um pouco. Mas o primeiro tratamento é do lado espiritual, que me dá mais forças – destacou o camisa 2.
O lado espiritual, mais do que nunca, é assunto presente no dia a dia de Léo Moura.
- Muita gente que está do lado de fora não entende esse lado. Quando você está com espírito em Deus, com família e amigos, isso ajuda o ser humano. Tenho vivido dias tranquilos e de felicidade que nunca tinha sentido. Mesmo quando estou triste, magoado com alguma coisa, sempre tem o lado que te dá mais força. Essas coisas têm me feito ficar forte - garantiu o lateral, energizado por suplementos alimentares e espirituais.
Além da força que busca na religião, Léo Moura admite que a entrada de Rafinha ajudou na sua postura em campo, isso porque a jovem revelação costuma cair pelo lado direito de ataque. Agora, Carlos Eduardo tem jogado naquele espaço de campo.
- Isso me ajuda porque, sempre que há jogadores que caem pelo lado e são rápidos, facilita para o lateral fazer as jogadas. Não fico totalmente sobrecarregado nas jogadas de ataque. Foi assim com Emerson e Zé Roberto quando jogaram aqui. Um jogador de qualidade, como o Rafinha, tem me ajudado muito – analisou o camisa 2.
O Flamengo tomará um novo rumo, que é o que já tinha que ter tomado pelo tamanho do clube e por tudo que representa"
Léo Moura
Léo Moura diz que já começa a sentir que o ano será diferente do que aquele que passou, mas sabe que pode melhorar ainda mais. Não só ele, como o clube sob nova direção.
- Cada presidente tem uma filosofia de trabalho. Essa gestão está apenas começando, mas tem seriedade, comprometimento. O Paulo (Pelaipe) está mais perto da gente, e o olho no olho é importante. Acredito que este ano, mesmo com as dificuldades que a presidência está tendo, o Flamengo tomará um novo rumo, que é o certo que já tinha que ter tomado, pelo tamanho do clube e por tudo que representa - disse o jogador, com conhecimento de quem está há sete anos entre conquistas e ebulições do Rubro-Negro.
Com a saída de Vagner Love, Léo Moura herdou a faixa de capitão, mas frisa:
- Não tenho ego de ser capitão. Sou muito de grupo, tendo a faixa ou não, sou amigo, companheiro, brigo e cobro na hora que tem que cobrar.
Já são sete anos de Flamengo. De um casamento que deu certo, como ele costuma dizer. Títulos que não cabem mais nos dedos de uma das mãos. Sem contar os turnos do Carioca, são seis. Quatro estaduais (2007, 2009, 2008 e 2011 - este último invicto), a Copa do Brasil de 2006 e o Brasileiro de 2009. Taças que o colocam como um dos mais vitoriosos da história do clube.
E o lateral terá mais uma semifinal de Taça Guanabara pela frente, contra o Botafogo, no domingo, às 16h.
- Agora é que é hora. Foi uma campanha maravilhosa, mas temos que dar continuidade, senão nada disso vai valer a pena - alertou o jogador, depois da vitória por 2 a 0 sobre o Olaria, no último sábado.
Cada dia mais com um tom branco no moicano, Léo Moura mantém a cabeça tranquila para mais uma semana decisiva. O pensamento mudou, amadureceu, já o corte de cabelo...
- O moicano é referência, mas como Deni (massagista) diz: está começando a nevar (risos). Isso dá um charme.
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