A necessidade de reforços ainda é bola levantada no Flamengo. Mas o Estadual desse ano, já com nova diretoria e comissão técnica, tem provado que a regra é apostar, principalmente em jovens. Olhando para trás, não tão distante, nota-se um processo claro de reformulação do elenco. O time que virou a partida contra o Bangu, por exemplo, tinha média de idade de 25 anos. Uma queda brusca comparado a titulares usados ano passado, com média de até 30 anos em alguns jogos.

O goleiro Felipe, de 29 anos, mas velho titular em campo na última quarta-feira, lembrou que a nova característica da equipe requer mais paciência da torcida diante da oscilação de jovens e do time como um todo.
— Desde o início do ano alguns atletas novos chegaram, houve mudança, mas o resultado não vem da noite para o dia. A média de idade está mais baixa, chegaram jovens antes pouco conhecidos, e a gente espera que eles ganhem maturidade, mas lembrando que podem oscilar — destacou o camisa 1.
Felipe fazia referência a promessas como o meia Rodolfo e o atacante Rafinha, ambos de 19 anos, mas o time tem jogadores mais novos em várias posições. Na reta final do Brasileiro do ano passado, por exemplo, a escalação tinha veteranos como Marcos Gonzalez (32), Léo Moura (34), Renato Abreu (34), Cleber Santana (31) e Liédson (35), além de jogadores com mais rodagem como Cáceres (28), Ibson (29) e até Vagner Love (29).
Agora, além de Elias (27), nomes como Amaral (24) vêm se firmando no meio-campo, deixando Ibson e Renato Abreu no banco. Gabriel (23) e Carlos Eduardo (25) e Hernane (26) completam a linha de frente.
Com tantas mudanças, o treino dos reservas de ontem no Ninho do Urubu mais parecia um retrato do passado recente. Ibson e Léo Moura, os últimos a saírem do time, faziam companhia a jogadores menos utilizados e outros que prometem chegar brigando por posição, como Gonzalez e Cáceres, de volta após defenderem suas seleções.
— Pra jogar no Flamengo tem que ter disposição e personalidade. Sendo novo ou velho. Se não tiver raça não adianta — lembrou o meia Rodolfo, mostrando que a garotada que está pedindo passagem no time vem aprendendo rápido o espírito necessário para vestir a camisa rubro-negra.