Encerro minhas duas semanas de férias nesta Semana Santa, passando os últimos dias em Londres. E é impossível ignorar a repercussão (negativa, é claro) da interdição do Engenhão. Enquanto no Brasil o fechamento do estádio menos de seis anos após sua inauguração é visto como um duro golpe no futebol carioca, aqui a perspectiva é outra.


Os europeus noticiam que o palco dos Jogos Olímpicos de 2016 está interditado por problemas estruturais e falta de segurança. E é a pura realidade. O estádio iniciou sua história com estouro de orçamento (o que a imprensa daqui também cita) de R$ 60 milhões para cerca de R$ 380 milhões. E nem sempre nos lembramos que será ampliado para o evento daqui a três anos.
Bem, pelo menos era essa a ideia, elevar a capacidade do Engenhão para 65 mil pessoas até as Olimpíadas. Fato é que mesmo passando por reformas e ficando absolutamente seguro, o estádio sempre será visto como aquele que desperta desconfiança, pelo histórico, pela forma como o concluíram, pela curta vida que teve até ser interditado.
Imagine quando o mundo inteiro perceber que além do Engenhão, equipamentos feitos especialmente para o Pan 2007 não servirão para 2016, como o Parque Aquático Maria Lenk, que não receberá as provas de natação, e o velódromo, que (descobriram em 2012) está fora dos padrões exigidos pela Federação Internacional. Mais vexames.
Aqui na sede dos Jogos de 2012, as TVs abordam o tema com frequência. A BBC noticia a interdição do estádio carioca e a Sky Sports chegou a colocar no ar em sua programação entrevista por telefone com Carlos Villanova, diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, para explicar… o inexplicável. A preocupação é clara, evidente.
Rio 2016 nem começou e já uma vergonha. Como ser favorável a um evento desses num país como o nosso, comandado por gente como essa que torra tanto dinheiro público em coisas assim?