Ronaldinho cobra mais R$ 15 milhões do Fla por danos morais
Advogado alega ataques à honra do jogador e cita episódio do exame de sangue para justificar o novo processo
Além dos R$ 40 milhões que Ronaldinho Gaúcho cobra do Flamengo por não cumprimento do contrato de trabalho e de pagamento de direitos de imagem, o clube terá de responder a outro processo em função dos "ataques à honra" do jogador, conforme explicou o advogado Sérgio Queiroz. A ação por danos morais impetrada pelo atleta cobra R$ 15 milhões em função de episódios como a divulgação pelo departamento jurídico do Flamengo da existência de um suposto exame de sangue que comprovaria a presença de álcool no organismo do jogador, fato que posteriormente foi desmentido pelo próprio departamento médico do clube.
Deverão ser citados na ação o vice jurídico Rafael de Piro, a presidente Patrícia Amorim e o diretor de futebol, Zinho. Fora o caso do exame de sangue, também deverão ser abordados o vazamento do vídeo da concentração do Flamengo em Londrina, mostrando Ronaldinho supostamente passando a noite fora do seu quarto, na companhia de uma mulher, e a expressão usada por De Piro em entrevista coletiva após a rescisão contratual, dizendo que o clube teria um "tiro de canhão" contra o jogador.
- A ação busca a reparação pelo ataque à imagem e à honra do atleta, do trabalhador, cometida pelo empregador, no caso o Flamengo, que proferiu diversas ofensas e inverdades sobre a pessoa dele. Entre elas, que se tratava de uma pessoa que treinava bêbada, inclusive com um exame de sangue para comprovar. Situações inverídicas que depois vieram a ser desmentidas. Esse é um só dos exemplos. Então a ação busca reparar esse dano - disse Queiroz.
O advogado disse que os fatos abalaram o jogador. Ele criticou a postura do clube de "agredir" o atleta através dos meios de comunicação.
- O Ronaldinho se viu agredido dessa forma. Quer reparar o dano frente aos seus amigos, seus familiares, o grande público, já que ele tem uma legião enorme de fãs no mundo inteiro. O meio adequado para responder não é bater boca, mas sim ir ao Poder Judiciário para dar a efetiva resposta. A atitude do Flamengo de agredir via imprensa, no nosso entendimento, é equivocada. Se tem alguma coisa para discutir, vá para os tribunais. Agora, não ofenda uma pessoa. Ainda mais dizer que tinha um exame comprovando teor alcoólico, que vai dar tiro de canhão, inclusive incitando a violência.
Queiroz destacou ainda que o ex-camisa 10 da Gávea jamais faltou com o respeito ao Flamengo e que o empregador não pode ofender o empregado.
- O Ronaldo sempre disse que tinha o maior respeito pelo Flamengo, quer lembrar das coisas boas. Mas depois que saiu e usou o que manda a lei, determinando a saída dele, ele jamais usou uma palavra para agredir o empregador, sempre colocou o maior respeito pela instituição Flamengo. Quantos ataques ele sofreu e aguentou quieto? E vai ser assim. O Poder Judiciário existe para isso. Antes de tudo, ele é um trabalhador como outro qualquer, o empregador não pode ofender.
Rafael De Piro não retornou os contatos do GLOBOESPORTE.COM para dar a posição do departamento jurídico do Flamengo sobre o caso. A assessoria de imprensa do Rubro-Negro informou que o clube não vai se pronunciar sobre qualquer questão envolvendo a batalha judicial contra Ronaldinho.
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